Ontem foi dia de
arrumações cá em casa. Depois de obras, há necessidade de limpar, arrumar e
reorganizar as coisas. No meio da tarefa, deparei-me com umas fotografias que
me fizeram recuar cerca de vinte anos. O toque no analógico, nesta era tão
digital, intensifica a memória. Vi todas as fotos e revisitei pessoas e lugares
guardados na memória e alguns momentos alojados no coração.
Nesse momento, a
saudade tão portuguesa invade-nos e enche-nos o rosto com um sorriso. Nem todas
as memórias são boas, mas agora, à distância, parece que o tempo tem o dom da
benignidade e aquilo que outrora nos feriu, já não faz mossa, apenas nos comove
e então tudo é revisitado com carinho e satisfação.
É curioso como a
própria vida tem a capacidade de nos arrumar. Olhando para o fundo do tempo e
de mim, revisitando quem já fui e o que sou, fico com a sensação de estar tudo
ordenado como deveria ser e vejo que o que um dia se quis e não se concretizou
é porque não era para ser. Muitas vezes, há um fosso enorme entre o que se
deseja, o que pode ser e aquilo que nos faz melhor. Às vezes não o sabemos, mas
a vida encarrega-se de nos orientar.
Nina M.
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