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domingo, 1 de abril de 2018

Crónica de Maus Costumes 4



Ontem foi dia de arrumações cá em casa. Depois de obras, há necessidade de limpar, arrumar e reorganizar as coisas. No meio da tarefa, deparei-me com umas fotografias que me fizeram recuar cerca de vinte anos. O toque no analógico, nesta era tão digital, intensifica a memória. Vi todas as fotos e revisitei pessoas e lugares guardados na memória e alguns momentos alojados no coração.
Nesse momento, a saudade tão portuguesa invade-nos e enche-nos o rosto com um sorriso. Nem todas as memórias são boas, mas agora, à distância, parece que o tempo tem o dom da benignidade e aquilo que outrora nos feriu, já não faz mossa, apenas nos comove e então tudo é revisitado com carinho e satisfação.
É curioso como a própria vida tem a capacidade de nos arrumar. Olhando para o fundo do tempo e de mim, revisitando quem já fui e o que sou, fico com a sensação de estar tudo ordenado como deveria ser e vejo que o que um dia se quis e não se concretizou é porque não era para ser. Muitas vezes, há um fosso enorme entre o que se deseja, o que pode ser e aquilo que nos faz melhor. Às vezes não o sabemos, mas a vida encarrega-se de nos orientar.

Nina M.




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