Sinto dificuldade em encontrar tema
para hoje. Talvez seja culpa do número redondo da crónica e talvez porque
esteja em apuros para escrever, o tema possa ser esse. Nem sempre a vida nos sorri
e nos presenteia. Por vezes, mais do que aquelas que desejaríamos, esbarramos
com situações complexas que esmorecem os nossos ímpetos e nos atiram para um
lugar recôndito da alma, onde nos é difícil reconhecermo-nos a nós próprios.
Deixamo-nos acorrentar pelas vicissitudes e pelos desafios que nos parecem
insuperáveis e desfalecemos, ficamos prisioneiros de uma letargia maléfica que
dificulta a nossa reação. Já todos o sentimos. Já todos o experienciamos uma ou
outra vez na caminhada da vida. A solução para o problema passa pela
resiliência, fundamental para a superação dos problemas. Não é fácil. Nunca
será, mas a reação é a condição obrigatória à sobrevivência.
Li, a propósito do tema, os conselhos deixados pelo papa Francisco. Dizia
ele que é fundamental que o Homem não se deixe abater pelas dificuldades e que
para recuperar a paz perdida é necessário que, em primeiro lugar, analisemos
como podemos combater o problema, no sentido de o erradicar; se tal não for
possível, teremos que aprender a conviver com ele para o poder superar.
De facto, a bem da nossa sanidade,
parece-me que não nos resta outra solução. Ou por outras palavras: “se a vida
nos dá limões, façamos limonada”. Não é fácil, mas é imperioso que consigamos
retirar aspetos positivos do que de mal nos vai acontecendo para vivermos
melhor connosco próprios e com os outros. Precisamos de aprender e cultivar o
otimismo. Precisamos de esquecer a autocomiseração para sermos capazes de
reagir e viver o melhor possível perante a adversidade. Não é fácil, sabemo-lo,
mas que outra atitude podemos ter?
As agruras da vida, ainda que desagradáveis também são importantes,
porquanto nos ensinam a valorizar as pequenas coisas que verdadeiramente
importam, nos fazem felizes e não sabemos.
Nina M.
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