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domingo, 1 de abril de 2018

Crónica de Maus Costumes 34



Hoje, é imperioso que se faça uma justa homenagem a todas as mães. É certo que nem todas as mães são iguais e que também há aquelas que mais parecem madrastas, no entanto, o milagre de receber e dar vida a um novo ser é uma tarefa digna de reverência e admiração. Quero lembrar essencialmente as boas mães. Aquelas que fazem todos os sacrifícios pelos seus filhos, mas que têm também o bom senso de lhes exigir que cumpram com as suas obrigações.
Li uma frase excecional sobre o significado da maternidade: “ser mãe é ter o coração fora”. De imediato, senti um impacto nas entranhas pela justeza das palavras. A partir do momento em que nos tornamos mães, o nosso coração pulsa fora, porque está nos nossos filhos. Só está sereno, quando pressentimos o seu bem-estar. Se algo os incomoda, queremos ver o problema resolvido e voltar a tê-los de bem com a vida. A realidade é que a maternidade traz a magia do abandono. Uma mãe sai de si própria e passa a estar nos filhos, fazendo deles a sua prioridade. O amor maternal encerra o que de mais belo existe na mensagem de Cristo: a capacidade de amar incondicionalmente o próximo. Talvez as mães existam para ensinar e propagar o amor à humanidade, cumprindo com a missão que Deus lhes confiou. Tal como Deus está sempre pronto para receber o filho pródigo, também as mães têm a infinita bondade do perdão e da paciência. A mãe desilude-se, entristece-se, zanga-se, mas nunca deixa de amar o filho. Não conheço forma mais sublime de amor.
À minha mãe agradeço todo o cuidado e zelo que teve comigo e com os meus irmãos e os ensinamentos que nos transmitiu: o apego à família, a generosidade, enfim, o amor! Eu tenho uns irmãos fantásticos e de quem gosto muito. Eu e os meus irmãos temos uma ligação especial, uma união e um amor fraternal ímpar. Se qualquer um de nós estiver em apuros, sei que os outros estão prontos para ajudar. Somos assim, porque a minha mãe nos ensinou. Para além de contrariar o aforismo de que “irmãos são panos das mãos”, ensinou-nos com o seu exemplo. A mãe deve cuidar dos filhos e cada um dos irmãos deve cuidar dos outros.
Perpetuamos este legado com orgulho e tenciono que os meus filhos deem continuidade à tradição.
À minha mãe peço desculpa pelos disparates pequenos e maiores e desobediências graves e menos graves. Sei, mãe, que sempre quiseste para mim o melhor, assim como o desejo para os meus filhos, teus netos.
Sei que sabes que as falhas fazem parte do nosso percurso e do nosso crescimento e que, por mais que tenha errado, nenhuma foi assim tão imperdoável!
As tuas correções e os meus tropeços fizeram de mim o que sou e, apesar dos meus defeitos, sei que não defraudei as tuas expectativas.
Todas as mães e todos os filhos crescidos têm a noção dos erros e dos acertos, mas num acordo tácito de generosidade profunda, calam-nos no íntimo da alma, só porque o sabem e está tudo dito.
Com amor.
Nina M.

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