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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Crónica de Maus Costumes 74



            Nas palavras do Miguel Araújo, o Homem é feio, lixo e um animal, apenas os maridos das outras são o arquétipo da perfeição. Veja-se o que se faz ao marido: dá-se-lhe cabo da autoestima! Por favor, meninas, deixem de estabelecer comparações entre o vosso marido e o das outras, sob pena de os vossos perderem a sua autoconfiança. Não há nada pior do que um homem inseguro!
Há dois tipos de homens engraçados e diametralmente opostos que observo e que me fazem sorrir com algum deleite: o tímido adorável e o atrevido com classe e charmoso.
            O primeiro, mais cauteloso e tímido, só se revela quando se lhe inspira a quase certeza de que não se exporá ao ridículo. Não significa que não seja determinado e que não lute pelos seus propósitos, porém, fá-lo com maior lentidão, como quem se quer deslocar sem pressa, mas bem. A pressa é inimiga da perfeição, a sabedoria popular não engana, e este espécime não se deixa levar por devaneios pueris, mas guia-se pela sensatez que tanto preza e o livra de situações embaraçosas e pouco aconselháveis. O relacionamento com um tímido é feito de segurança e de proteção. Ele vai-se instalando devagarinho, de mansinho conquista o seu espaço no pensamento feminino que, quando dá por si, sente uma vontade inexplicável de o mimar. O tímido pertence ao grupo dos fofinhos, a quem se gosta de apertar as bochechas e repenicar-lhes umas beijocas. Tenha-se, porém, o devido cuidado, pois “nem os tímidos resistem ao amor”.
            Já o ousado charmoso é outro departamento! Com tendência a comportar-se como o verdadeiro macho-alfa, gosta da arte de sedução. Quando tem classe, torna-se num sedutor nato, a quem é difícil resistir. Não sabe ele que quando seduz uma mulher é tão-somente porque ela já tinha decidido que se deixaria seduzir e, assim, nesta ignorância, cresce-lhe o peito, ufano do seu triunfo. Porém, às vezes, entre o atrevimento com classe e o atrevimento brejeiro, a linha é ténue, logo, se a estratégia não for a mais adequada, corre o risco de cair em desgraça e perder a graça toda! Este género de homem é perigoso, pois gosta mais do jogo e da arte de seduzir do que do objeto da suas investidas. É uma forma de pôr à prova a sua sensualidade, pelo que se recomenda alguma cautela, já que pode desinteressar-se rapidamente, assim que os níveis de adrenalina baixarem por ter alcançado o seu objetivo. Se porventura este homem se vir enredado nas malhas da paixão, então, o arrebatamento e a vertigem estão garantidos.
            A longo prazo, os tímidos adoráveis dão menos trabalho. São mais estáveis emocionalmente. Os galanteadores de pé de chinelo assustam-se com a responsabilidade, talvez, por isso, já tenha lido algures, mas não sei precisar onde, que a mulher deve escolher para casar um homem tímido e feio, já que desta forma poupará uma série de aborrecimentos. Eu arranjei um tímido, mas não tão feio assim…
Nina M.



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