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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Crónica de Maus Costumes 54



         Depois das últimas notícias, após ouvir ou ler as declarações do ex-prisioneiro mais famoso deste país, o número 44, concluo que, certamente, na mente doente e desavergonhada desse senhor, todo o português se deveria interrogar: “Quem tramou José Sócrates?!”
            O senhor engenheiro quer pôr os portugueses a fazer uma enorme engenharia mental para que estes acreditem na suposta maior cabala da história da política portuguesa. Isto porque o senhor jura a pés juntos que nunca foi corrupto! A desfaçatez com que o faz é tal que me chega a causar náusea! Será que considera todo o povo português estúpido? Será que conta com a simpatia dos seus concidadãos, na medida em que acredita que qualquer um que estivesse no seu lugar faria o mesmo?! Afinal, Oeiras elegeu o seu correligionário Isaltino! Ou será que a tendência para a mentira compulsiva é tão incontrolável que recria uma realidade paralela onde figura como o herói da história, homem de caráter e absolutamente honesto, mas que todos tentam prejudicar, motivados pela inveja do seu sucesso?
Talvez o ex-primeiro ministro tenha tido a arrogância de acreditar que alcançou um patamar tão elevado que estaria acima da lei!
Atira ufanamente que o ministério público não consegue provar nada e quer-se fazer passar por vítima de um qualquer poder obscuro! Essa justificação é bastante plausível, porque os magistrados e os seus opositores políticos não têm mais nada que fazer do que urdir uma teia para o apanhar! Quais tarântulas venenosas que tentam engolir o indefeso inseto! É quase tão plausível quanto a justificação que arranjou para a vida faustosa que levava e que um ordenado de um primeiro-ministro não seria capaz de suportar. Nem com a ajuda da mãezinha! Já agora, faz todo o sentido que o seu grande amigo lhe empreste o dinheiro que quer, sem se preocupar com a sua devolução! Também ainda ninguém percebeu como esse amigo conseguiu ganhar tanto dinheiro com as suas funções no grupo Lena, mas isso são meros detalhes, certo? Estime-o bem, engenheiro Sócrates, porque amigos desses há poucos ou nenhuns! Já deve ter reparado como todos os outros que anteriormente gravitavam ao seu redor desapareceram! Ingratidão? Precaução? Medo? Desilusão? Porque será?!
Compungido, o senhor reclama da falta de isenção e do julgamento em praça pública, da ausência da presunção de inocência, porém, de quem é a culpa, senhor engenheiro? À mulher de César não lhe basta ser séria, tem de parecê-lo. O senhor, manifestamente, não o parece…
Nina M.



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