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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Amor



Às vezes está-me no hábito
Apeteceres-me tão intensamente
Que te farejo o hálito
E te procuro lentamente

Peço o teu aconchego
No silêncio da palavra
Da memória que me chega
Da longa ausência forçada

Abraço apenas o ar
E beijo teu espectro
Anseio por tatear
Somente teu reflexo

E só, neste sentir vão,
Vou-me perdendo enfim
No enredo da paixão
Que te trouxe até mim

Separaram-se os amantes
Força da vida madrasta
Sentirão sempre como antes
Arrepios na alma farta

Afagos em pensamento
Tornados reais desse jeito
Sentidos num outro tempo
Anseiam por ti no leito

E como o sonho termina
Envolta na deceção
Assim se queda a menina
Num amor de perdição!

Nina M.









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