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domingo, 1 de abril de 2018

Crónica de Maus Costumes 47



Normalmente contenho o meu ímpeto e não respondo nem faço apreciações relativamente a determinados assuntos que invadem as redes sociais, por considerar que a maioria das vezes o silêncio é o melhor que se pode dizer. Hoje, foi uma exceção e deixei claro que, de seguida, poderia vir o enxurreiro de palavras azedas e desagradáveis, porque não me daria ao cuidado de as ler.
O facebook foi invadido por comentadores amadores que distribuem a sua opinião sem qualquer reserva ou pudor, conhecendo ou não a pessoa em causa ou o assunto em questão. Tudo de forma gratuita! Todos têm direito a expressar a sua opinião. É um facto, desde que se vive em democracia. Só não compreendo a necessidade da ofensa, da agressão, da rudeza e da falta de educação. Já agora, eu não tenho qualquer interesse nos comentários que amigos dos meus amigos ou amigos de simples conhecidos possam fazer sobre as minhas publicações, principalmente, se for feita de forma tão agressiva quanto vou assistindo. Parafraseando Sophia, “ouvimos, lemos e vemos”, não podemos ignorar. Hoje não ignorei. Uma colega foi “vítima” de comentários desagradáveis por parte de gente que não conhece de lado nenhum. Esses comentários ofendem? Logicamente, a colega não lhe dará essa importância, no entanto, com que direito se pode ser indelicado com alguém que se desconhece, que  nunca fez mal a ninguém e cuja vida não lhe diz respeito?! Fartei-me! Hoje, excecionalmente, muito excecionalmente, eu respondi. Se me dizia respeito o assunto? Não, mas não suportei ver alguém que conheço e que é portadora de um coração enorme ser destratada por conta de um desabafo absolutamente inócuo!
Fico incrédula quando leio determinados comentários, muitos deles, feitos por colegas em grupos restritos. Destilam veneno, inveja, malvadez e má-educação! Estamos a falar de professores que deveriam ser os primeiros a dar o exemplo, pela sua importância na formação de crianças e jovens. O que é que podem oferecer quando assim se comportam? Como ensinar a tolerância ao aluno, se o próprio vocifera uma frase como quem arremeda uma pedra? Por onde anda a humildade e o reconhecimento das próprias falhas? Como se pode exigir ao outro o que não se exige a si próprio?
Talvez o quase anonimato, a falta de comunicação feita olhos nos olhos torne mais fácil o azedume ou simplesmente o Homem não tenha emenda ou anda por aí muita gente zangada com a vida, mas nada justifica o comentário grosseiro, insultuoso e achincalhador!
Foi exatamente este tipo de comportamento que me manteve afastada do facebook sem a ele aderir uma série de anos. Por que razão sucumbi? Porque a cambada de ignorantes que, nas palavras de Ricardo Araújo Pereira seriam, durante a semana, uns grunhos e aos fins de semana uns gebos, não podem ser mais importantes do que a gente boa que por lá circula. Se a rede social traz alguns aspetos positivos, um deles foi permitir-me o reencontro com pessoas que fizeram parte da minha vida, que me ajudaram a crescer e a tornar-me em quem eu sou e que já não via há vinte anos!
Os meus amigos valem a pena! Todos eles: os do passado, do presente e os que ainda virão!
Nina M.




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