Normalmente contenho o meu ímpeto e não
respondo nem faço apreciações relativamente a determinados assuntos que invadem
as redes sociais, por considerar que a maioria das vezes o silêncio é o melhor
que se pode dizer. Hoje, foi uma exceção e deixei claro que, de seguida,
poderia vir o enxurreiro de palavras azedas e desagradáveis, porque não me
daria ao cuidado de as ler.
O facebook foi invadido por comentadores
amadores que distribuem a sua opinião sem qualquer reserva ou pudor, conhecendo
ou não a pessoa em causa ou o assunto em questão. Tudo de forma gratuita! Todos
têm direito a expressar a sua opinião. É um facto, desde que se vive em
democracia. Só não compreendo a necessidade da ofensa, da agressão, da rudeza e
da falta de educação. Já agora, eu não tenho qualquer interesse nos comentários
que amigos dos meus amigos ou amigos de simples conhecidos possam fazer sobre
as minhas publicações, principalmente, se for feita de forma tão agressiva
quanto vou assistindo. Parafraseando Sophia, “ouvimos, lemos e vemos”, não
podemos ignorar. Hoje não ignorei. Uma colega foi “vítima” de comentários
desagradáveis por parte de gente que não conhece de lado nenhum. Esses
comentários ofendem? Logicamente, a colega não lhe dará essa importância, no
entanto, com que direito se pode ser indelicado com alguém que se desconhece,
que nunca fez mal a ninguém e cuja vida
não lhe diz respeito?! Fartei-me! Hoje, excecionalmente, muito excecionalmente,
eu respondi. Se me dizia respeito o assunto? Não, mas não suportei ver alguém
que conheço e que é portadora de um coração enorme ser destratada por conta de
um desabafo absolutamente inócuo!
Fico incrédula quando leio determinados
comentários, muitos deles, feitos por colegas em grupos restritos. Destilam
veneno, inveja, malvadez e má-educação! Estamos a falar de professores que
deveriam ser os primeiros a dar o exemplo, pela sua importância na formação de
crianças e jovens. O que é que podem oferecer quando assim se comportam? Como
ensinar a tolerância ao aluno, se o próprio vocifera uma frase como quem
arremeda uma pedra? Por onde anda a humildade e o reconhecimento das próprias
falhas? Como se pode exigir ao outro o que não se exige a si próprio?
Talvez o quase anonimato, a falta de
comunicação feita olhos nos olhos torne mais fácil o azedume ou simplesmente o
Homem não tenha emenda ou anda por aí muita gente zangada com a vida, mas nada
justifica o comentário grosseiro, insultuoso e achincalhador!
Foi exatamente este tipo de
comportamento que me manteve afastada do facebook sem a ele aderir uma série de
anos. Por que razão sucumbi? Porque a cambada de ignorantes que, nas palavras
de Ricardo Araújo Pereira seriam, durante a semana, uns grunhos e aos fins de
semana uns gebos, não podem ser mais importantes do que a gente boa que por lá
circula. Se a rede social traz alguns aspetos positivos, um deles foi
permitir-me o reencontro com pessoas que fizeram parte da minha vida, que me
ajudaram a crescer e a tornar-me em quem eu sou e que já não via há vinte anos!
Os meus amigos valem a pena! Todos eles:
os do passado, do presente e os que ainda virão!
Nina M.
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