As mulheres de hoje são mais bonitas do
que as de outrora. Hoje, há mulheres de quarenta mais apelativas do que as de
vinte ou de trinta anos da década de cinquenta ou de sessenta do século
passado.
As mulheres de hoje aprenderam a
valorizar a sua imagem e trazem cabelos arranjados e um guarda-roupa mais jovem
e mais leve. As mulheres atuais praticam desporto e têm cuidado com a
alimentação para manterem a linha.
As mulheres de hoje continuam a ser
mães. São-no cada vez mais tarde e, no entanto, parecem mais jovens.
As mulheres de hoje trocaram os sulcos
do rosto que espelham cada cavadela firme na terra pelo calo no intelecto e
pelo lifting. As mulheres de hoje são lençóis engomados, perfumados e macios
para o descanso do guerreiro.
As mulheres de hoje conquistaram muitas
coisas: cultura e saber, valorização pessoal, independência económica, cargos
de responsabilidade e até opinião futebolística. As mulheres de hoje, mais
bonitas e bem tratadas, abandonaram os campos, mas executam múltiplas tarefas.
As mulheres de hoje continuam exploradas e
desrespeitadas como sempre e se lhes permitem serem mais bonitas é só porque
também é do agrado dos homens que assim seja.
As mulheres de hoje são mais
qualificadas do que muitos homens, porque são resilientes.
As mulheres de hoje que ainda não se puderam
emancipar, a quem ainda não foi reconhecido o estatuto de ser humano, igual nos
direitos e deveres ao homem e a quem foi vedado o direito de estudar e de ter a
sua independência económica sabem que um dia a injustiça cessará. A escravatura
foi abolida por decreto, mas permanece no coração da humanidade.
Um dia, talvez, a liberdade falará mais
alto do que toda a iniquidade!
Nina M.
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