Hoje sinto-me destilar fel e veneno. Muito raramente me sinto assim, mas sinto tudo na devida proporção das coisas, o bom e o mau. Hoje, há pouco de bom a reter. Revolvem-se-me as entranhas quando penso na meia dúzia de senhorinhos que julgam poder subverter um estado de direito conforme as suas vontades, muito por força da intimidação!
São
os mesmos que cantam emocionadíssimos, a cada novo abril, o Grândola Vila Morena! Como se
percebessem o real significado das palavras que entoam e dos enormíssimos
sacrifícios de alguns para que chegássemos até aqui!
O
problema deve ser da falta de conhecimento histórico. Afinal, atualmente,
coitaditos dos miúdos, o passado não interessa, a História como disciplina também
não. De maneira que quem não cultiva por si o gosto pelo saber, fica pela
superfície das coisas, sem poder avaliar o símbolo e a riqueza por detrás de
determinadas ações e palavras. O atuais representantes do Ministério da Educação
não devem perceber muito de História! A nossa Assembleia também não! Caso contrário
saberiam que os comunicados, notas informativas e afins não passam de atentados
à democracia, que tanto custou a instituir! Neste momento, Salgueiro Maia já
rodopiou três vezes no seu ataúde. Tenham vergonha! Apetece dizer. Usar de
ilegalidades para não cumprir com o compromisso por essa gente firmado é
absolutamente asqueroso!
O
silêncio por parte da Presidência da República também não se entende! Ontem,
mais uma vez, foram ultrapassados os limites e parece que ninguém reflete sobre
a gravidade destes atropelos!
Temos
uma Comunicação Social ineficaz, parcial e inculta, incapaz de fazer uma
apresentação séria do problema! Junta-se ao enxovalho que vem dirigido do
Governo para maltratar sem conhecimento de causa. A desonestidade intelectual
ou a falta de intelecto sempre me impressionaram em demasia, pela negativa! Sejamos
sérios!
As
barbaridades ouvidas, por falta de conhecimento e do devido tratamento de dados
e da sua análise, são de tal forma grotescas que nem sei bem se me ria ou se
chore, desbragadamente, em ambos casos, até limpar a alma!
É
esta cambada que depois pretende exigir aos seus concidadãos consciência cívica
e honestidade!
Já
tentei compreender o motivo de tanta aleivosia perante uma classe genericamente
pacata (até de mais, chegando à apatia), que é mal paga e que, ao contrário do
que parece, trabalha muito em relação ao pouco que aufere!
Alguma
razão teria Camões para terminar os seus “Lusíadas”
com a palavra “enveja”, em bom português do século XVI!
E
nesta desdita, com papas e bolos se
enganam os tolos, o Ministério da Educação vai empurrando o problema com a
barriga, mantendo a opinião pública satisfeita, também pouco amiga dos
professores e das suas reivindicações!
Bolas,
ainda bem que isto é um Governo de esquerda, fiel ao princípio da existência de
uma boa educação e de uma escola pública de qualidade! Imaginem lá se fosse a
direita no poder!... Neste momento, parece-me que pior não haveria de ser… Ou
talvez fosse mais do mesmo, porém, com uma ligeira diferença, se calhar não
teria havido tanta mentira, perdão, quero dizer, retórica, pelo meio (cala-te
Aristóteles)!
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