Seguidores

terça-feira, 2 de março de 2021

Ausências

 Sei de ausências

 Desconfortos e almas em chamas

 Abandonadas e sós

 A solidão é uma casa fria e húmida

Com bolor nas paredes

E frinchas desagradáveis nas janelas

É tristeza arrastada pelo vento

Que se infiltra  sem que se queira

O desamparo de quem

Já não se reconhece inteiro

Neste silêncio doentio

O ser despovoado na ausência

Trespassado pela distância

A lembrar os lampiões tristes e sós

Das nossas ruas abandonadas

Murchas e pardas

Tão cinzentas como a alma

Nos dias de morrinha angustiada



Sem comentários:

Enviar um comentário