Não sei que frémito ou ânsia
Lança um coração ao vento
Em passo de contradança
Em fúria de momento
Com loucura de criança
Fogo incêndio e cinza
Arde! Tudo em mim é chama
Viva em labaredas de azul
É desconcerto freima atrevida
Um cansaço deste paul
Deste tempo de desilusão
É um grito de revolta
Agiganta-se a emoção
Resgatemos a humanidade
Salvemos a nossa condição
Não haja leito de conforto
Para os jogadores de xadrez
Brademos contra as injúrias
Contra o ataque tão soez
Erga-se alto a nossa voz
Faça-se ouvir
Um grito de blasfémia
Não calemos a cobardia
Combatamos com poesia
Os desmandos assassinos
Em cada poça de sangue
Jorrado por mãos carnívoras
Jaz um petiz exangue
Para horror dos que o choram
Sem tempo de o embalar
Nem de exéquias decentes
Tempos de ferocidade
Tempos de homens doentes
E um dia sucede o outro nas calhas
De um mundo indiferente
Se nos falha o conforto
Já nem nos sentimos gente
É lá ao longe onde o sol ferve
E a terra seca moribunda
Não dói nem se ouve a matança
Mesmo que seja uma criança
Ainda haverá tempo. Haverá esperança?
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