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segunda-feira, 22 de março de 2021

Freima

Não sei que frémito ou ânsia 

Lança um coração ao vento

Em passo de contradança

Em fúria de momento

Com loucura de criança

Fogo incêndio e cinza

Arde! Tudo em mim é chama

Viva em labaredas de azul

É  desconcerto freima atrevida

Um cansaço deste paul

Deste tempo de desilusão

É um grito de revolta

Agiganta-se a emoção 

Resgatemos a humanidade

Salvemos a nossa condição

Não haja leito de conforto

Para os jogadores de xadrez

Brademos contra as injúrias

Contra o ataque tão soez

Erga-se alto a nossa voz 

Faça-se ouvir

Um grito de blasfémia

Não calemos a cobardia

Combatamos com poesia

Os desmandos assassinos

Em cada poça de sangue

Jorrado por mãos carnívoras

Jaz um petiz exangue

Para horror dos que o choram

Sem tempo de o embalar 

Nem de exéquias decentes

Tempos de ferocidade

Tempos de homens doentes

E um dia sucede o outro nas calhas

De um mundo indiferente

Se nos falha o conforto

Já nem nos sentimos gente

É lá ao longe onde o sol ferve

E a terra seca moribunda

Não dói nem se ouve a matança

Mesmo que seja uma criança

Ainda haverá tempo. Haverá esperança?






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