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terça-feira, 9 de março de 2021

Dichote

 Há muito investigador
Que em ânsias de admiração
Não resiste ao olhar novo
Ao avesso da questão
E com os estudos culturais
Irmanado com o ismo
Arranca interpretações brutais
Acusa o Eça de racismo!
Ironia! É o pastiche português!
Atira zangado, Eça!
Enxurro de cloaca, vocifera Alencar!
Só o estudioso impertinente
Não percebe a estupidez
Cisma no seu racismo
Talvez também no seu machismo
Esquece a época e o contexto
E nem se lembra do texto
Nem da caricatura do português!
E tu, Camões, amigo,
Vê se escapas ileso
Apregoas imperialismo
Ficas votado ao desprezo!
Cuidado com a “maura lança”
Instigas à opressão
Se te apanham desprevenido
Lançam-te a rejeição!
Não penses tu, ó Pessoa,
Que também serás esquecido
Falaste na invasão amarela
Não te perdoam o bramido
Queres fazer da lusofonia
O nosso Quinto Império?
Vê lá se perdes a mania
Da grandeza e do mistério!


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