Era uma casa desabitada
De paredes nuas, frias e bolorentas
O soalho rangente e comido pelo tempo
gemia num lamento
O grelado amarelo da humidade
A corromper a tinta desbotada
Cenário vazio e desolador
Era uma casa habitada de ausência
De saudade da vida que dela escapa
Escorre célere pelos muros frios
Nada mais triste que uma casa desabitada
Que se procura reconhecer nas memórias
Nas fotografias mentais de uma outra época
Neste abandono às ervas daninhas e às pragas
À espera... Suspensa no tempo...
Sem ilusão ou esperança
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