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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Era uma casa desabitada

Era uma casa desabitada 

De paredes nuas, frias e bolorentas

O soalho rangente e comido pelo tempo

gemia num lamento

O grelado amarelo da humidade

A corromper a tinta desbotada

Cenário vazio e desolador

Era uma casa habitada de ausência

De saudade da vida que dela escapa

Escorre célere pelos muros frios

Nada mais triste que uma casa desabitada

Que se procura reconhecer nas memórias

Nas fotografias mentais de uma outra época

Neste abandono às ervas daninhas e às pragas

À espera... Suspensa no tempo...

Sem ilusão ou esperança


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