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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Dia outonal em primavera fria

Dia outonal em primavera fria
Traz a chuva miudinha e cinzenta 
A morrinha que não desiste e apoquenta

Da carne que se deslaça dos ossos
Nada sobra do humano sofrimento
Sepulcro das dores em crescimento 

Fim. Lê-se na linha contínua linear
Lápide de uma existência interrompida
Sem aviso. Sem preparo. Longe da despedida.

São os fados são os deuses 
Forças demoníacas ou celestes
Ceifam vidas. Carrascos agrestes.

Vida amada desditosa
Tão magoada e tão sofrida
Sabe de si a dor de ser vida perdida

Pudesse a morte amiga
Anunciar um regresso a casa
Ao pó de estrela em brasa

No lugar da morte, renascimento 
Natureza cíclica e renovada
Traga sopro de alma: vida amada. 









  







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