Dia outonal em primavera fria
Traz a chuva miudinha e cinzenta
A morrinha que não desiste e apoquenta
Da carne que se deslaça dos ossos
Nada sobra do humano sofrimento
Sepulcro das dores em crescimento
Fim. Lê-se na linha contínua linear
Lápide de uma existência interrompida
Sem aviso. Sem preparo. Longe da despedida.
São os fados são os deuses
Forças demoníacas ou celestes
Ceifam vidas. Carrascos agrestes.
Vida amada desditosa
Tão magoada e tão sofrida
Sabe de si a dor de ser vida perdida
Pudesse a morte amiga
Anunciar um regresso a casa
Ao pó de estrela em brasa
No lugar da morte, renascimento
Natureza cíclica e renovada
Traga sopro de alma: vida amada.
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