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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Rendição

 Algures entre a realidade e o sonho

A meio caminho da transcendência

Agitam-se bandeiras brancas de rendição

Deposito o meu coração em tuas mãos

Cofre sagrado que não profanas

Pulsar de vida 

Como a brisa leve quando me ausento

Deixo para trás breve lamento

E já em serena despedida

Não cruzo as mãos sobre o peito

Rejeito a tradição por despeito

E no entanto enquanto viva

Não me via desesperada

Apesar da certeza de não ser nada

Da futura ausência da carne e dos ossos

Dos meus pensamentos que são palavras

Assim mortas, perdidas e vagas


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