Seguidores

domingo, 15 de novembro de 2020

Hoje

Cai a noite sobre o silêncio

Desfere a escuridão húmida 

De noite outonal

Fria  inóspita e indesejada

Silêncio sobre os silêncios do ser

Deveria ser verão 

Gosto mais dos silêncios quentes do verão

Sobre as risadas dos petizes na rua

Do céu estrelado e sem nuvens

Que se abre à esperança de mundos

Este inverno que se instala nos ossos

Leva-nos os gestos amorosos e pueris

Rouba-nos as almas amadas

Deixa o lastro imenso da sua ausência

Quero ver-te e abraçar-te

Afastar a solidão e a linha vermelha

Sempre o vermelho a interpor-se

A cor proibitiva e funesta

Sangue que brota das almas enxutas

Já sem palavras

Com tempo e sem poder de estar

De ser com os outros e de amá-los

De reinventar alegrias 

Antes que a eternidade os leve

No seu azul celeste mas longínquo





Sem comentários:

Enviar um comentário