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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Ser às vezes sangra

 Ser às vezes sangra

Na voz de Lispector

E sangra as duas dores

A dor de ser e a dor do poeta

Trespassa os ossos

E Calcina a alma

Asfixia do real

Parido do Diabo

Ser às vezes sangra

Saber não fugir

À desdita com coragem

Saber acolhê-la 

Sem a deixar à margem

E no contínuo crescimento 

Tornar-se o ser exangue

Que recusa esmorecimento

Como todo o irmão de sangue

Ser às vezes sangra





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