Ser às vezes sangra
Na voz de Lispector
E sangra as duas dores
A dor de ser e a dor do poeta
Trespassa os ossos
E Calcina a alma
Asfixia do real
Parido do Diabo
Ser às vezes sangra
Saber não fugir
À desdita com coragem
Saber acolhê-la
Sem a deixar à margem
E no contínuo crescimento
Tornar-se o ser exangue
Que recusa esmorecimento
Como todo o irmão de sangue
Ser às vezes sangra
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