Enquanto aguarda o ocaso
De um novo dia já feito
Olha o mar entristecido
O poeta, de coração desfeito
A estrela fulgente pousará
Docemente no mar de prata
Dizem, então, os amigos
Não te agastes, ó poeta,
Olha que a dor não mata!
Que sabem eles das penas
Dos ocasos de uma existência
Se o sol se deita no mar
E amanhece já em terra
Mas quando a vida terminar
Não há quem a erga na serra
Sobrarão os versos perdidos
De todos os que não os leram
Dos poetas esquecidos
Dos leitores que não vieram
E assim tão triste e só
Absorto neste seu ofício
Compõe versos o poeta
Com amor e sacrifício
Arruma o coração e a pena
Olha o rubi que se afunda
Quando o seu ocaso surgir
Depositará sobre a patena
O poema que sentir
A dor que com outros comunga
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