Seguidores

domingo, 13 de setembro de 2020

Ocaso

Enquanto aguarda o ocaso

De um novo dia já feito

Olha o mar entristecido

O poeta, de coração desfeito

A estrela fulgente pousará

Docemente no mar de prata

Dizem, então, os amigos

Não te agastes, ó poeta, 

Olha que a dor não mata!

Que sabem eles das penas

Dos ocasos de uma existência

Se o sol se deita no mar

E amanhece já em terra

Mas quando a vida terminar

Não há quem a erga na serra

Sobrarão os versos perdidos

De todos os que não os leram

Dos poetas esquecidos

Dos leitores que não vieram

E assim tão triste e só

Absorto neste seu ofício

Compõe versos o poeta

Com amor e sacrifício

Arruma o coração e a pena

Olha o rubi que se afunda

Quando o seu ocaso surgir

Depositará sobre a patena

O poema que sentir

A dor que com outros comunga





Sem comentários:

Enviar um comentário