Seguidores

domingo, 20 de setembro de 2020

Baloiço Amarelo

No baloiço amarelo ao fundo do quintal

Vigio os silêncios perdidos da infância

Escondidos na penumbra da luz crepuscular

Erguem-se vozes agudas às vezes gritos

E a miudagem corre desabridamente

Nessas brincadeiras inocentes que trazem vida

Vigio, agora, todos os silêncios da infância

E o cheiro a mosto do outono e das castanhas

Inebriam o ar e os sapatos gastos soltam os ouriços

Há frémito e danças sob o fraco sol em declínio

As primeiras chuvas empoçam a terra

Há saltos na água lamacenta suja e escura

Há risos estridentes e cheiro a terra molhada

Campeonatos alegremente inventados

De sorvedouro de águas paradas da chuva

Sobre o gradeamento verde do jardim

Sente-se o primeiro frio que eriça a pele

Vigio sentada no baloiço amarelo

Os silêncios inexistentes do passado

São todos de hoje e convergem-se para mim

Sem comentários:

Enviar um comentário