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terça-feira, 14 de julho de 2020

Madalena Penitente de Ticiano

De olhos alagados e postos no alto
Procura o seu Senhor que afinal partiu
Imaterial e eterno a vencer a morte

Comovida trágica desvela
Dor e saudade de alvura cobertas
Com a sua nívea mão

A blusa alva fina e translúcida
Descobre-lhe o corpo
Insinua os túrgidos seios fartos

Numa tristeza promissora
De quem não abandona a natureza
De uma alma inocente e sedutora

Memento mori, Madalena Penitente,
O Livro Sagrado sobre a escura caveira
Sinal da humana e torpe finitude

Largado o vaso dos unguentos
Servirá de seu perfume de seu veneno
Absorvido por todos os seus poros

Não passa sem beber o cálice
A transbordar sensualidade
Expia os pecados e os seus medos

Bela amante do Cântico dos Cânticos






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