Seguidores

sábado, 14 de setembro de 2019

Torre de Marfim

À janela da sua torre de marfim
De pedra polida e de textura macia e suave
Pálida, fria na sua cor de creme
Despe a menina a alma incauta de seus receios...
No alto, inacessível às fraquezas mundanas
Brilham-lhe os olhos com o perigo dos sonhos
Chora pelo fragor longínquo das ondas 
Do alto da mansa masmorra avista o mar
Largo e infinito como o tempo...
Olha a argêntea  gaivota a voar
Até a perder de vista no firmamento
Um navio que as amarras vai soltar
Leva-lhe o sonho do momento
As alegrias que além-mar vai encontrar...
Trará a maré os despojos do que restou
E o vento em surdina soprará a canção
Que diz que o malfadado mundo
Não se compadece do coração
Pálida, serena e muda
Assiste à transfiguração
Resigna-se à sua sorte, enfim...
A menina da torre de marfim

Sem comentários:

Enviar um comentário