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terça-feira, 3 de setembro de 2019

Não suportaria sangue nas mãos

Não suportaria sangue nas mãos
Ou o crime hediondo da orfandade
O peso extenuante de um ser 
Colhido antes do fim do tempo
Na valsa das dores de uma vida
Terei as mãos limpas
E uma alma asséptica
Trilharei o caminho sinuoso
Mas erguer-me-ei no topo da montanha
Lá do alto, tudo é longínquo e grandioso
Olharei e seguirei atenta no meu espanto
Sementes de paz e de amor
No percurso que também soube a dor
Avistarei terra fértil e fecundada
Cuidado extremo do arado do lavrador
Chegada ao fim da jornada
Os olhos fecharão na alvorada
Poderão dormir serenamente
Ao olhar a vida e vê-la resgatada

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