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terça-feira, 12 de março de 2019

Abismo

Ergue-se o olhar ante o abismo
Na vertigem de um momento
Lança-se a alma bem aberta
à loucura gritada de outros
No salto dado plana o espírito
Leve e suave, flor de lótus sobre a água
Abre-se o ser a novas dimensões
Vida que se escreve novamente
Deixa-se a alma enredar nessas ilusões
Não sabe já qual a sua verdadeiramente
Todas e não apenas uma
Juntam-se na ânsia de tudo
E abraça com desespero o infinito
Caminha abraçada ao sonho
Que amanhã foi nuvem de algodão
Enquanto dura a esperança
Alheia à sensatez, apenas lúcida
Percorre com incúria de criança
De mãos estendidas os mistérios
Encerrados no ser, seu eremitério
Como jogo antigo arranca
Uma a uma as pétalas ao malmequer
Força-se a beijar o limite
Fio ténue que balança
Alegremente se equilibra numa dança

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