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sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Desespero


Sob o desespero de uma angústia em sangue
Que vê um destino por cumprir
Continua a Terra em perpétuo movimento
Com sobranceira indiferença...
Sucedem-se estações e solstícios 
Operam-se milagres e desalentos
Neste passar de tempo...
Surge um poeta descalço ao relento
Vindo do sonho de alguém
Vem da noite escura que o abraça
E ampara do frio gélido da alma
Nenhuma onda se revoltou
Nenhum raio no céu triunfou
Nenhuma lágrima caiu de um rosto puro
Nenhum gesto se esboçou...
Ser desgraçado do mundo
Orienta-se pela estrela cintilante da sua loucura
Acesa, incandescente e violenta
Aurora boreal de sentidos desencontrados
Só ele sabe, sente e vive
Tudo o resto é vida que passa
Em sua marcha lassa
Para a inexorável finitude
 

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