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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Na nostalgia de um verso perdido
Sai o poeta em desalento
Vadio da noite escura
Desmorona-se o mundo nesse momento
Não sabe ele da vida dura
Quando Orfeu teima em se afastar
A sua alma triste continua
Enquanto  não surge o verso para alegrar
É feita de mistério sua vida
De sonhos mentidos e ilusões
Tudo compõe sua fadiga
O pobre não vive sem tensões
É neste soturno rodopiar
De que alma de poeta é feita
Se não se quiser magoar
Tem de encontrar rima perfeita
E neste desmando torpe
Por vontade de Calíope
Anda o poeta morto
Por se sentir mudo e míope
Implora assim à deusa
que lhe dê inspiração
Se lhe cai a ele a pena
Sua vida será em vão
E desta vaidade tão certo
Persiste na sua labuta
Porque hoje há de ter o seu verso
Com a sua língua disputa

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