Há rotinas que se falham
nos fazem falta, mesmo estando de férias. Já em casa de férias, a repousar de
visitas sucessivas esplendorosas, mas que também nos deixam cansados, só me
ocorrem duas ideias: amanhã cedo tenho de ir correr e preciso, com urgência, de
escrever, até porque na semana passada não me foi possível cumprir com o texto
habitual. Uma semana ainda se aguenta, duas é demasiado!
Logicamente,
que escrevo com o olhar encantado por esta pérola do Atlântico que proporciona
paisagens de uma beleza celestial e que nos transcendem. Ainda há paraísos perdidos,
quase intocados pela mão infeliz do Homem, que normalmente estraga mais do que
o que arranja!
Perante
cenários paradisíacos, sentimo-nos abandonados à nossa emoção com tanta beleza
natural. O espanto toma conta de nós e sentimos a admiração e o êxtase a
circularem-nos nas veias. Só somos capazes de balbuciar meia dúzia de palavras
simplórias, deixando escapar apenas o comentário pueril e ingénuo “Tão lindo!”
Fecha-se
os olhos e respira-se a beleza à espera que esta se entranhe na alma e não mais
de lá saia. Talvez se virmos o mundo com estes olhos, ele se torne menos agressivo
e violento, mais humano e conforme à racionalidade que todo o ser deveria
possuir. A importância da beleza é essa. A transcendência. O desopilar do
horror do mundo. Nunca existiu mundo sem horror nem sem beleza. Esta última,
quiçá, não seja a única fórmula de tornar o mundo suportável ao olhar de todo o
Homem consciente?!
Há
verdadeiros horrores e catástrofes, mas também há belezas incomparáveis!
No
meio da beleza incomparável da praia paradisíaca de Porto Santo, com as águas
de três tonalidades diferentes, um verde-mar, um azul-turquesa, um azul
profundo e uma areia dourada, aconteceu-me um feliz acaso da vida. Quis esta
celebrar a amizade e permitir que o encontro com amigos que se querem bem, mas
que se veem pouco, por força da distância, se desse. Assim, na mais perfeita
ignorância sobre as férias uns dos outros, eis que nos descobrimos num paraíso
perdido no meio do Atlântico!
Um
imprevisto maravilhoso e belo, no seio de tanta beleza! Autêntico hino à
amizade! Maravilhoso!
Maria
do Carmo, Carlos, foi um verdadeiro prazer este achado inusitado! Continuação
de boas férias e o próximo encontro, já apalavrado, ficará para terras
continentais. Não tão belas, mas cheias de simpatia para vos acolher…
A
magia do encontro no meio de tanta beleza!
Nina
M.
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