Novo silêncio
Novo vazio
O eco despido das vozes
O reverso seco das almas
Ao longe, o horizonte nebuloso...
Por entre as nuvens
O raio tímido de sol...
A luz que traz a esperança possível
À largura da solidão dos dias...
Dias feitos de silêncios noturnos
De ausências forçadas que queríamos
Presentes
Olhares ausentes que se adivinham
No interior dos seres
A monocórdica voz da tecnologia
A fazer companhia à desgraça dos sós
A mão estranha, o único conforto amigo,
Na hora da partida, longe dos seus...
As angústias que se enxotam para longe
Como fazemos às moscas
Para não perecermos sob o peso da dor
O sufoco diário de quem salva vidas
O egoísmo dos que não as veem partir
A indiferença aviltante dos dígitos sem rosto
O jogo permanente entre a vida e a morte
A ausência perene de muitos
No meio do caos
Só a memória serve de consolo inglório
Faz emergir a voz distante
Traz o leve sorriso ao rosto
De quem vive na saudade
Do que na verdade não possui...
Falta o chão de muitos
O terreno pedregoso e concreto
A afirmar a existência das coisas
A ser harmonia no caos do mundo
A impossibilidade transformada realidade
Pela mão de um deus qualquer
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