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sábado, 30 de janeiro de 2021

Chocolate preto

Há um chocolate preto 

Guardado pelo tempo 

Vou mordiscando

Como quem poupa migalhas

Para que não se esgotem

São carícias a conta-gotas

Fragmentos de amor

Ingeridos com parcimónia

Sem perigo de indigestão

São pedaços de palavras

Que beijam e se desfazem na boca

A doçura exata que se derrete

E deixa desenhadas a castanho

as palavras contra a morte

Contra o absurdo

Num aviso indelével:

Amor... Precisa-se!




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