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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Novo Ano

 Não sou Drummond, poeta ilustre!

 Não sei fazer votos de novo ano

 Desejo sempre o mesmo com receio 

 De ferir a coerência: o mesmo do ano anterior

O mesmo aos seus sucessores futuros:

Nada!

Nem é o tempo que vem e que passa

Antes eu que nele se esgota...

Nada! Nada anseio nem nada dele espero.

Zero!

Apenas poderei esperar de mim

E de minha miserável condição...

Certo dia arrombou-se a porta por dentro

Vi com espanto a poesia...

E depois de saber o conhecimento

Jamais desejei a ignorância

Nunca mais fui quem era...

Por becos, ruas e vielas

Há um ser que procura ser no mundo

Ah! Minha lúcida loucura!

(Meu Sísifo, meu Torga!)

Procuro a minha verdade mais pura

Tão mais angustiada quanto necessária

E caminho por mim dentro em mim caída

Vasculho-me e perco-me e encontro-me

Para ti me dirijo sempre, ó verdade de mim,

E serei feliz. Assim!

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