Não sou Drummond, poeta ilustre!
Não sei fazer votos de novo ano
Desejo sempre o mesmo com receio
De ferir a coerência: o mesmo do ano anterior
O mesmo aos seus sucessores futuros:
Nada!
Nem é o tempo que vem e que passa
Antes eu que nele se esgota...
Nada! Nada anseio nem nada dele espero.
Zero!
Apenas poderei esperar de mim
E de minha miserável condição...
Certo dia arrombou-se a porta por dentro
Vi com espanto a poesia...
E depois de saber o conhecimento
Jamais desejei a ignorância
Nunca mais fui quem era...
Por becos, ruas e vielas
Há um ser que procura ser no mundo
Ah! Minha lúcida loucura!
(Meu Sísifo, meu Torga!)
Procuro a minha verdade mais pura
Tão mais angustiada quanto necessária
E caminho por mim dentro em mim caída
Vasculho-me e perco-me e encontro-me
Para ti me dirijo sempre, ó verdade de mim,
E serei feliz. Assim!
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