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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Difícil viver só entre a multidão

Difícil viver só entre a multidão
Sentir que se é só
Tanto quanto ao nascer e ao morrer
Só no caminho sinuoso do encontro de si
Renegar convites alegres de fútil companhia
E encontrar o sonho numa solidão equivalente
Abraçá-la como se abraça a gente...
Sina que sempre se adivinhou
Ao longe no destino que traçou
Caminho sem retorno de êxtase
As palavras ficam vazias, abstratas
Nem sinal de poesia!
Eu, que as venero e as amo!
Que nelas me queria poder fundir 
E delas me cobrir por inteiro
Estranha condição de ser infinito
De alma em revolução
E o fosso entre mim e os outros que não vejo
Vai-se cavando lento e moribundo
No movimento natural da ordem das coisas
Totalmente só no meio de tanto ruído
Só uma voz quero ouvir
Só uma voz quero seguir:
A do silêncio impoluto que escuta.

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