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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Pranto

Se porventura ouvires o meu pranto mudo
Não deixes de te comover, meu bem,
Vaza-me a carne e a alma transparece
Não se alegra ou resplandece
Foi outrora
Antes bruma, espuma que se desvanece
No correr de um tempo roubado
Surgido a cada nova aurora
Não há sol. Triste fado.
Orfeu anda ofendido
Abandona a sua lira emudecido
Nem Calíope ou Eurídice o demovem
Do silêncio límpido e abrupto
Guarda em si o seu génio incorrupto
Sepultura secreta e caiada
Do amor da sua vida desmaiada

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