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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Quando, um dia, for túmulo sem paredes

Quando, um dia, for túmulo sem paredes
Como teto terei o azul límpido do céu
(A minha cor preferida)
Por cobertor um tapete relvado
Quando o meu espírito livre
For brisa, chuva ou orvalho
Refresco de ar quente sufocante
O meu corpo será húmus
E o silêncio ter-se-á abatido sobre mim
Continuarei viva na memória e nas palavras
Serão muitas as que terei escrito
E entre tantas
Talvez algumas tenham significado
Haverá uns poucos que as leem e não as ouvem
Uns poucos que as leem e não as compreendem
Uns poucos que as leem e me estranham
Uns poucos que as leem e não as guardam
Depois...
Haverá o guardião de todas elas
Testemunha impoluta de minha alma
Lê, compreende e sabe
As palavras não têm mistério nem segredo
Não são ocultas nem fonte de esoterismo
Antes belas, concretas, também abstratas, mas palpáveis
Raios de sol que aquecem e fecundam os sonhos
Gotas de lágrimas transparentes e lúcidas
Emoções transfiguradas e serenas
O meu ser e a minha casa



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