Quando a inquietude chega
E sabe fazer-se esperar
É o vazio velho amigo
A querer fazer-se notar
E sabe fazer-se esperar
É o vazio velho amigo
A querer fazer-se notar
Chega tão docemente
Chega tão devagarinho
Não é áspero nem dolente
Apenas chega de mansinho
Chega tão devagarinho
Não é áspero nem dolente
Apenas chega de mansinho
Uma melancolia incerta
Para a qual há um só remédio
Era uma praia deserta
E um mar para eremitério
Era uma praia deserta
E um mar para eremitério
Ver raiar o sol dourado
Nesse meu mar de azul
Onde se espelha o céu
Segue em direção ao sul
Só de o evocar
O mar numa tarde calma
Sossega a minha angústia
Tranquiliza a minha alma
Nele quero mergulhar
Nas águas tépidas de que é feito
Sentir o seu embalar
Aqui dentro do meu peito
Nessa canastra singela
Que a tecedeira embala
Embarca na barca bela
A alma que em silêncio fala
E viaja, viaja... Por outros
Mundos mais além
Sabe ser filha do sonho
Sempre desfeito e aquém
Nesta vida imperfeita
Salva pela imaginação
Há uma essência rarefeita
Que viaja em contra-mão
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