Sou livre
Entre mim e o meu íntimo
Apenas se interpõe o outro
Cujo sangue me recuso a verter
Fui ensinada assim
E nesta consciência dolorosa
Ou dádiva disfarçada de cobardia
- Conservadorismo que condena o eu -
Entre sofrer uma injustiça ou praticá-la
É melhor sofrê-la - Diz Sócrates (o verdadeiro)
Corroborou mais tarde Cristo
E eu filha dessa cepa ancestral
Acredito
Verto o meu sangue não o alheio
O sangue do outro tem de importar
Memoro o poeta sentado no banco
De permeio
Mesmo por baixo da esperança
Haveria de se matar
O génio que é um santo
Com dois tiros certeiros
Por ver morrer o Ideal
Pela morte se fez libertar
Mors liberatrix!
Houvesse mais Antero
Esse Ideário nobre
Talvez Portugal não fosse
este famigerado opróbrio
Eterno Descanso se quer
Na mão direita de Deus.
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