Estende-me o teu regaço
E oferece-me o teu colo
Meu abrigo seguro,
Fecha-me delicadamente as pálpebras
dá-me a mão e afaga-me o ventre.
Talvez assim abafes esta minha labareda
Inquietação ardente de misérias humanas
Abriga-me, meu lar, meu ninho ...
Que hoje sou pássaro pequenino
caído do beiral
Assustado com a algazarra infernal
Ferido na asa
Com medo de não voltar a casa ...
Minha poesia,
Só a ti assim despida me posso dar...
A ti me entrego feliz ou desesperada
Possuída por paixão desvairada
Repara, bela Calíope,
Não volteio ou te firo na linguagem,
Minha musa tão amada
Consolo da resignação
Nos difíceis dias de sangue em fulgor
Por minha sanidade te escrevo
A salvar a alegria com que me atrevo
Nua, inteiramente tua em ti me deitar
Fazer de ti o meu leito, o meu aconchego
Embala-me com palavras de amor
Só para em ti poder morar
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