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sábado, 10 de abril de 2021

Colo

Estende-me o teu regaço

E oferece-me o teu colo 

Meu abrigo seguro,

Fecha-me delicadamente as pálpebras

dá-me a mão e afaga-me o ventre.

Talvez assim abafes esta minha labareda

Inquietação ardente de misérias humanas

Abriga-me, meu lar, meu ninho ...

Que hoje sou pássaro pequenino

caído do beiral

Assustado com a algazarra infernal

Ferido na asa 

Com medo de não voltar a casa ...

Minha poesia, 

Só a ti assim despida me posso dar...

A ti me entrego feliz ou desesperada

Possuída por paixão desvairada

Repara, bela Calíope,

Não volteio ou te firo na linguagem,

Minha musa tão amada

Consolo da resignação

Nos difíceis dias de sangue em fulgor

Por minha sanidade te escrevo

A salvar a alegria com que me atrevo

Nua, inteiramente tua em ti me deitar

Fazer de ti o meu leito, o meu aconchego

Embala-me com palavras de amor

Só para em ti poder morar



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