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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Porto

Errando pelos becos íngremes, 

Sinuosos, sob a luz dourada

Que ilumina o espelho de água 

Aprende-se lentamente 

a escadaria da Verdade 

De onde se vislumbra a ponte férrea 

E a Muralha Fernandina...


Elevam-se sobre o casario

Branco, amarelo, vermelho

Cores outonais estendem-se até ao rio e

Sente-se o pulsar genuíno da cidade


Escondem-se os putos da Ribeira

Em sadia brincadeira

Urinam sem prurido do promontório 


Em tronco nu, galhofeiros,

Atiram gritos alegres aos comparsas 

E os turistas que atravessam as vielas

Sorriem aos petizes tagarelas...


Lá em baixo, o rio e a luz irmanados 

Aos pés do casario recuperado

Aguardam as piruetas corajosas

Dos que se atiram da ponte


Mergulham sem medo

Olhando a foz defronte

Respiram viço e alegria

Levados pela correnteza e fantasia


Assomam desgrenhados ao cais

Os barcos atracados à espera dos demais

Longas esplanadas, risos, canções e ar

Música para os transeuntes embalar


Imensidão de céu azul desempoeirado

Ao lado, a recordação do Infante

A aspirar a descoberta de mundo

Este é o Porto profundo


 Belo e estreito como um abraço

Mas há o da Foz e de mar 

Onde as gentes aos magotes

Passeiam burguesas os filhotes

E respiram a frescura da nortada

Junto à avenida comprida e larga


Porto...

Os Clérigos e São Bento 

A igreja de S. Francisco

A Lello e  as Galerias de Paris

Todo ele culmina na Sé

E é lá onde, ao fundo, o rio se diz!


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