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sábado, 9 de maio de 2020

Aos meus amores

Quando a vida me secar
Mesmo se for outono
E a chuva não cessar
A vós, amores de todo o tempo,
O meu ser irá visitar
A cada traço de um olhar meu
Estará espelhado o teu
E o meu sorriso franco
(Porque sempre hei de sorrir)
Lembrará dos vossos lábios
Inocente flor a abrir
As minhas veias enxutas e rígidas
Preenchidas de sangue e de versos
Contarão histórias antigas
Guardadas nas memórias amigas
Nos meus pensamentos submersos
Interrogareis o meu olhar distante
Já despojado de vontade talvez
Iluminado por um rasgo de luz sadio
Ao som de algum fado vadio
Percorro, então, com as minhas mãos
Os vossos traços que as lembranças me dão
Sem aparente lucidez
Mais tarde... Muito tarde sabereis
Do vosso amor em mim guardado
No sarcófago que por herança habito
Sempre sempre sacralizado
Até eu ser esta rigidez 
Sob a pedra de granito

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