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domingo, 8 de dezembro de 2019

Dánae

No silêncio de mim
Ouço o eco da tua voz
Sempre cristalina e límpida
Serena, segura e triste
De que longe vem?
Procuro-te no fundo da alma,
Dánae, bela desejada!
Que clausura te impuseram?
Que grades de mim te separam?
Louco! De meu desejo te afasta!
Descerei sobre ti
Chuva de ouro divina
Qual Espírito Santo!
Queima este desejo incandescente
Ardem-me as têmporas
Trémulas as mãos
Pousarei sobre ti
Em pó fecundo e invisível
Tu, ó sagrado templo virginal
Onde germinará fruto,
Doce e inocente pecado
Roubado em ardiloso delito
Das águas ressurgirás,
Protegida de Poseidon,
Terás a tua liberdade
Condensada num só grito!

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