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sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Leve como a brisa a queimar como sol de verão

Ainda que as ruínas do mundo
Os seus projéteis e ferozes ataques
Queiram a destruição
De quem passa como quem paira
Como quem sabe que o seu mundo é outro

Passa leve como a brisa
E queima como o sol de verão
Sabe ser chuva de outono na melancolia
E o poema em folha branca

O poema que não serve para nada
Mas transtorna a alma
Estranho às hipocrisias alheias
Às coisas pequenas e mesquinhas

Assim passa o poema e o dono
De alma altiva
Leve como a brisa e a queimar
Como sol de verão
A molhar como a chuva de outono
A despir as árvores
A pintar as suas folhas

Assim passa quem se sabe
Alheio ao que renuncia
E se por um segundo, um só segundo,
Todas as dúvidas assaltarem o coração
Vê-se por outros olhos
A sua poesia
E deixa que o mundo passe sem abalo 
Sem estugar o passo
Leve como a brisa e a queimar
Como o sol de verão



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