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segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Procuro-te

Procuro-te nas reminiscências da alma
E nas esquinas de cada vértebra quebrada
Pelo compasso da vida
Às vezes, estugo o passo
só para ouvir a tua voz grave e séria
A falta de timbre para as anedotas
Mas excelente para as proparoxítonas
As mais difíceis, íngremes e melódicas palavras
Quem permitiu que gostasse, assim, delas?
Fugidias, a enternecerem-te a voz
Embrenho-me no avesso de mim
A ver se descubro a reminiscência da palavra mais terna e mais envergonhada
Ou um eco ou sussurro ou suspiro ou insinuação
Um simples respirar de quem repousa
O vazio inteiro que o habita
Isso e a angústia de se saber
A inquietação que nos consome
Em fogo brando e lento
A preparar uma eternidade

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