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sexta-feira, 30 de junho de 2023

Ruínas do tempo

Sobre as ruínas do tempo
Se reconstrói o ser
Múltiplas vezes
As vezes necessárias
Até aprender a viver

Percorrem os olhos
Salões de guerra
Crueldade indistinta
Pasmam na escuridão
Abertos e inquietos

Observam de longe o mundo
Que não lhes pertence
Como alma acabada
De abandonar o corpo
Pousam os olhos sobre

A criança assustada que chora
O velho de Steinbeck que mama
Na mãe acabada de perder o filho
Vida renovada à custa da morte
Hospício humano a raiar a loucura

Pousam os olhos sobre a luz
Claridade intensa matinal
A iluminar o  espírito
É o amor como só o amor seduz
A chegar tarde à vida
A salvar, afinal...

Da ruína do tempo
E do desencanto que traz
O mundo conspurcado
De humanidade perdida
Onde a esperança jaz

No vazio da existência
E na angústia do nada
Na busca do sentido
Pelo propósito da vida
Se restar amor...

A vida é ganha. Não perdida.


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