Sobre as ruínas do tempo
Se reconstrói o ser
Múltiplas vezes
As vezes necessárias
Até aprender a viver
Se reconstrói o ser
Múltiplas vezes
As vezes necessárias
Até aprender a viver
Percorrem os olhos
Salões de guerra
Crueldade indistinta
Pasmam na escuridão
Abertos e inquietos
Observam de longe o mundo
Que não lhes pertence
Como alma acabada
De abandonar o corpo
Pousam os olhos sobre
A criança assustada que chora
O velho de Steinbeck que mama
Na mãe acabada de perder o filho
Vida renovada à custa da morte
Hospício humano a raiar a loucura
Pousam os olhos sobre a luz
Claridade intensa matinal
A iluminar o espírito
É o amor como só o amor seduz
A chegar tarde à vida
A salvar, afinal...
Da ruína do tempo
E do desencanto que traz
O mundo conspurcado
De humanidade perdida
Onde a esperança jaz
No vazio da existência
E na angústia do nada
Na busca do sentido
Pelo propósito da vida
Se restar amor...
A vida é ganha. Não perdida.
Sem comentários:
Enviar um comentário