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terça-feira, 15 de junho de 2021

Desafio

Trago na mão direita a angústia

Na esquerda (quem sabe de Deus?) a alegria

Que me vem não sei de que fonte obscura

E me contagia

Faz o justo equilíbrio da agonia 


E o maravilhamento da existência desabrocha

Ofendido só com a breve duração

De quem queria o paraíso eterno nesta dimensão

Eis que Deus omnipotente, omnipresente e perfeição

Terá feito o Homem à sua semelhança


Esqueceu-se de lhe colocar no alforge

As qualidades para a sua redenção

Atira-o ao mundo com o seu livre arbítrio

Numa hora curta e desesperada

Obriga-o a fazer a caminhada.


E o esforço presente na boa conduta

Soa, por vezes, a traição 

Porque o Homem sente 

Não chegar à perfeição.

Ah! Vil morte e vil tristeza!


Quem te promete a vida eterna

Depois da aspereza e da esperança pueril?

Perante o destino trágico do Homem

A alegria surge como insolência infantil

Num desafio claro à regra, mas subtil.


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