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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Abandono

Porque tardei? Queres saber?
Demoraste tanto a recolher-te
Abandonaste a concha do silêncio
Deixaste-a vazia
Deveria transbordar
Porque é no dilúvio do silêncio 
que se ouve a imensidão do mar
Surge então nítida a voz
Verdade de ti 
Escondida do alheio
A perfeita intimidade onde te deitas
O desejo ímpio onde te reconheces
Escuta-te e vê-te
Longe do ruído dos dias
Só assim abres o teu peito
Ao acolhimento absoluto
Da palavra de que é feita a poesia

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