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sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Libertem-se-me as palavras

Libertem-se-me as palavras
Desfaçam-se no amor que te sinto
E te envolvam a alma
E neste pouco que te oferto
Sou toda eu
E tens-me por inteiro
Mas se vier o dia negro e triste
Da última palavra não dita
Do terno e doce olhar finito
Se os músculos se tumeficarem 
E enegrecerem como a alma
Antes da partida  
Do virar de costas absoluto
Deixar-te-ei ir
Sem palavra que te impeça
Sem que a dor que me trespassa a alma
Se torne visível
Nesse brevíssimo momento indefinível
De rigidez tortuosa e belígera
Ainda assim terei a mesma alma quente e doce
Sob a capa de gelo que se cristalizou no instante
Ainda serei eu e as palavras não ditas
Recolhidas em mim
Tesouro não desperdiçado!

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