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terça-feira, 2 de outubro de 2018

Elegia da loucura

Se o calor de um abraço
pudesse serenar a alma
Mitigar esse cansaço
E também ser sua calma
Toda ela se entregaria
Despida e sem segredos
Quanto assim desejaria
Despojar-se de seus medos
São anseios que perpassam
Escurecem o seu ser
Casa onde habita o sol
Mesmo ao anoitecer
Quer só uma sombra amiga
Onde possa repousar
Desta sua fadiga
Que a quer inquietar
Não se prende ao limite
Por livre se julgar
É melhor que não hesite 
E seu espírito purgar
Mas se amar o desvario 
For de sua condição
Pobre alma, pobre espírito
Viverá em aflição
Se a razão o perturbar
E não a puder ouvir
Feche-se em qualquer lugar
Que a impeça de sair
Se um abraço serenasse
Todo este seu sentir
Se facilmente o achasse
Sem ter que se mentir
Que fulgor ganharia
Sua alma e coração
Se no abraço certo
Visse a superação
Eterna racionalidade
Que pede introspeção
Será sempre a sua verdade
E também a perdição
Por estes trilhos da vida
Que a alma vai percorrendo
Ainda que se veja perdida
A si mesmo se vai fazendo
E se no fim da jornada
Vislumbrar a sua coerência
Fique a alma descansada
Agiu conforme a consciência
Este seu cismar
Faz em si ablação
Mas querendo-se inteira
Sustém a respiração
Apenas por um segundo
A servir-lhe de consolo 
Alma sôfrega e errante
Não te faças qualquer dolo...

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