Há momentos
em que mesmo as pessoas de convicções tremem e fraquejam. Fazem-no de forma
diferente da maioria, porque o sabem ocultar. Mantêm-se seguros e altivos, no
melhor sentido da palavra, a altivez que regula a autoconfiança e a autoestima
e não o narcisismo destrutivo e cego de se achar o melhor.
O
olhar alheio que pousa sobre estas auras de indestrutibilidade pasma incrédulo
perante os sinais corporais que apontam para uma serenidade invejável.
São
personalidades fortes, nalguns casos revestidas a açúcar, muitas vezes,
profundamente dilaceradas pela vida. Se olharmos atentamente, podemos reconhecê-las
em diversos contextos. Todos os anos chegam até mim heróis destes, muitas
vezes, de palmo e meio que suportam agruras de fazer corar o mais seguro de si.
Mais
do que comiseração ganham o meu total respeito e revolta interior também, por
um infinito estado de coisas que me ultrapassam, me agoniam e não consigo
resolver.
Perante
estas vidas sofridas e tocadas pela desgraça, sofre-se um choque em silêncio
absoluto que desvela uma profunda vergonha de um qualquer pesar que nos assole
o espírito.
Tudo
é uma questão de perspetiva, ângulo e empatia. O confronto com a desgraça
alheia é bom para que tenhamos a humildade de nos questionarmos e de nos reposicionarmos
no nosso trajeto. Aprender a olhar para os que sofrem com maiores dores alarga
horizontes e quebra barreiras, faz-nos perceber a sorte que tivemos. Pura
sorte! A meritocracia não cabe aqui e como um trapo sujo de chão, enrodilhamos a
alma vexada, por saber que até para nascer é preciso ter-se sorte…
Quem
não sabe nunca apreciar o que tem, achará sempre pouco o que encontrar!
Valorizemos
o que já temos e talvez o nosso trajeto seja mais simples.
Nina
M.
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