O Novo
ano letivo iniciou e ditaria o aforismo que se dissesse “ano novo, vida nova”,
porém, desenganemo-nos. Ano letivo novo e vida velha para os professores. Da
reunião entre as plataformas sindicais e o Governo resultaram duas mãos cheias
de nada ou de coisa nenhuma.
Surpreendente?
Nem por sombras! Já todos percebemos que o Governo não tem a mínima vontade de
cumprir o que ficou estipulado no Orçamento de Estado e nunca foi sua intenção
honrar o compromisso. Naturalmente, aplaudo a palavra dada e honrada do senhor
Primeiro-ministro, António Costa!
Aprecio
igualmente a estupefação do Senhor Mário Nogueira, que se lamenta pelo ato de
má-fé dos governantes e não estamos a falar da má-fé de Sartre, que é cometida
pela incapacidade de se assumir uma escolha e, portanto, refugiamo-nos em
desculpas que aliviam a consciência. Não! Deliberadamente, o Governo fingiu
alguma abertura para pôr termo a uma greve longa e desconfortável e que fazia
perigar o arranque do novo ano letivo, sem a mínima intenção de voltar atrás
nos seus propósitos! A oposição esfrega as mãos de satisfeita, porque quando
chegar a sua vez de ocupar as cadeiras, o trabalho sujo e penoso já está feito.
É sempre assim nesta dança alternativa…
Todos perceberam a manobra, porque já lá diz o
ditado: “Se queres fazer algo faz, se não queres, arranja uma comissão de
estudo!” Se dúvidas houvesse, estas dissiparam-se de imediato aquando da
mudança da legislação que regulamenta o funcionamento dos Conselhos de Turma,
que passaram a poder funcionar com um terço dos elementos que o compõem! Há que
atribuir legalidade às ilegalidades cometidas!
Todos
compreenderam, menos a FENPROF e a FNE, que parecem ter poucos anos de
experiência e não percebem o código de conduta dos políticos!
Resultado,
deixaram os professores na mão quando estes mais precisaram das duas grandes
plataformas sindicais a 13 de julho e agora pretendem voltar à carga com
promessas de greves inócuas e caras! Não há fundo de greve que resista!
A
luta é mais do que justa e deverá continuar, mas é bom que se lembrem de outras
estratégias, porque parece-me bem haver pouca gente disponível para voltar à
greve, neste momento!
Quanto
a mim, se os Conselhos de Turma podem funcionar apenas com um terço dos
elementos, não tem sentido exigirem-se atestados médicos para justificação de
possíveis faltas. Talvez se possa trabalhar com serviços mínimos nas reuniões
de final de período, quem sabe!
942!
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