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sábado, 8 de setembro de 2018

Crónica de Maus Costumes 97



O Novo ano letivo iniciou e ditaria o aforismo que se dissesse “ano novo, vida nova”, porém, desenganemo-nos. Ano letivo novo e vida velha para os professores. Da reunião entre as plataformas sindicais e o Governo resultaram duas mãos cheias de nada ou de coisa nenhuma.
Surpreendente? Nem por sombras! Já todos percebemos que o Governo não tem a mínima vontade de cumprir o que ficou estipulado no Orçamento de Estado e nunca foi sua intenção honrar o compromisso. Naturalmente, aplaudo a palavra dada e honrada do senhor Primeiro-ministro, António Costa!
Aprecio igualmente a estupefação do Senhor Mário Nogueira, que se lamenta pelo ato de má-fé dos governantes e não estamos a falar da má-fé de Sartre, que é cometida pela incapacidade de se assumir uma escolha e, portanto, refugiamo-nos em desculpas que aliviam a consciência. Não! Deliberadamente, o Governo fingiu alguma abertura para pôr termo a uma greve longa e desconfortável e que fazia perigar o arranque do novo ano letivo, sem a mínima intenção de voltar atrás nos seus propósitos! A oposição esfrega as mãos de satisfeita, porque quando chegar a sua vez de ocupar as cadeiras, o trabalho sujo e penoso já está feito. É sempre assim nesta dança alternativa…
 Todos perceberam a manobra, porque já lá diz o ditado: “Se queres fazer algo faz, se não queres, arranja uma comissão de estudo!” Se dúvidas houvesse, estas dissiparam-se de imediato aquando da mudança da legislação que regulamenta o funcionamento dos Conselhos de Turma, que passaram a poder funcionar com um terço dos elementos que o compõem! Há que atribuir legalidade às ilegalidades cometidas!
Todos compreenderam, menos a FENPROF e a FNE, que parecem ter poucos anos de experiência e não percebem o código de conduta dos políticos!
Resultado, deixaram os professores na mão quando estes mais precisaram das duas grandes plataformas sindicais a 13 de julho e agora pretendem voltar à carga com promessas de greves inócuas e caras! Não há fundo de greve que resista!
A luta é mais do que justa e deverá continuar, mas é bom que se lembrem de outras estratégias, porque parece-me bem haver pouca gente disponível para voltar à greve, neste momento!
Quanto a mim, se os Conselhos de Turma podem funcionar apenas com um terço dos elementos, não tem sentido exigirem-se atestados médicos para justificação de possíveis faltas. Talvez se possa trabalhar com serviços mínimos nas reuniões de final de período, quem sabe!
942!

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