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quarta-feira, 25 de junho de 2025

Melancolia velha

Acordei assim...

Senhora de uma melancolia velha
Trazida pelo cansaço
Não me segurem pela mão
Hoje, sou sozinha.
Doente de solidão
Doente de um fim qualquer..

Não me alegram intenções
Nem me ocorrem pensamentos felizes
Mesmo as ideias felizes se entristecem
Hoje, no meio da neblina...
Eu...Que nasci com um sol dentro...

Haverias de te espantar...
Tu, que me conheces as entranhas,
Ao adivinhares o meu sorriso triste
Pela falta de luz nos olhos

Estou como o tempo
Cinzento e enfadonho
A pegar-me a inércia à alma
A ver-se o avesso de mim...

E não me perguntes por razões
Se não houver cura para o vazio
Ele lá fica. Imóvel, inerte e inútil
Quem soubesse que uma inutilidade
Poderia ser tão incómoda!

Deixa para lá. Não me ouças.
Acordei com um cobertor curto, hoje,
Tecido de soturnidade.
Amanhã, há de ser verão
E ouvir-se-ão os pássaros.





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