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segunda-feira, 18 de março de 2024

E se no vazio da noite escura e eterna

E Se no vazio da noite escura e eterna
Não me lembrar mais dos rostos
Da minha vida
Nem das encruzilhadas dos caminhos e
De todas as interseções
Que me fizeram a vida
Que me fez mais do que eu quis
E depois de vivida e percorrida
Tendo-a como minha
Sentir que a perdi...
Se esse escuro de noite
Sem estrelas nem luar
Apagar a memória dos passos
Dos gestos do modo de andar
Às vezes de coxear na vida
Roubar-me de mim e dos outros
Há outros que importam
Outros significativos e outros essenciais
Assim, sem permissão
Num apagão vil
Num aviltamento de alma
Se no vazio da noite escura e eterna
Já não souber de mim e a angústia
Ocupar o espaço imenso do ser
Sem saber sequer que é angústia
Ou outra coisa qualquer
O fim

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