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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

O sono trouxe-me a morte

O sono trouxe-me a morte
Sem dor e sem ausência
Assisto serena à sorte
Olhos cerrados e complacência

Não compete ao morto bulir
Nem falar ou ouvir
E na imobilidade, porém,
Conseguia tudo sentir

Não houve desespero nem choro
Por que razão haveria
Se quem parte cumpre o destino
De quem nasce sem euforia

Tudo o mesmo rancor
O nascimento e a morte
Mudança sem qualquer cor
Parir dor de um só corte

Ao saber do absurdo
Confunde-se a razão
Para que serve uma vida
Se não vale um tostão



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